domingo, 6 de junho de 2010

JOGOS HISTÓRICOS – INGLATERRA 4 X 2 ALEMANHA-1966

Os ingleses se consideram os inventores do futebol. Na realidade, o ato de chutar uma bola é antiquíssimo. Há 2.500 anos antes de Cristo os chineses já castigavam uma pelota de couro. E mais e mais exemplos rolaram ao longo da história. Digamos que os súditos da rainha deram o cunho moderno à coisa.
Este novo capítulo começa no século XIX, quando estudantes londrinos praticavam a modalidade, com regras diferentes em cada colégio. Aquilo, no mínimo, era um convite a brigas e discussões. Para evitá-las, em 26 de outubro de 1863, jovens footballers reuniram-se na taberna Freemason´s, para definir uma lei única. Só que terminaram desentendo-se. Moral da história: uma patota criou uma liga para o rugby e a outro a primeira entidade regularizadora do “ludopédio”, a Football Association, que saiu distribuindo a sua cartilha pelas escolas de Londres, a capital inglesa. Assim, os conterrâneos dos quatro cabeludos de Liverpool são os organizadores da festa. Vá lá, então, que os deixemos se considerarem os pais da criança, que desde 1904 obedece “tiazona” Federação Internacional de Futebol Associado, a FIFA, a coordenadora mundial da modalidade.
Muito bem! Há quem diga que o futebol tem sido muito ingrato com os seus “criadores”, já que o English Team só ganhou uma Copa do Mundo, a de 1966, que eles promoveram. Bola fora, pois os arrogantes ingleses não deram bolas para as três primeiras disputas, em 1930, 34 e 38, só vindo a entrar na brincadeira a 1950, no Brasil.
A COPA ROUBADA – Era domingo, 20 de março de 1966. Na tarde daquele dia, um sujeito chamado Edward Betchley foi até vitrine do Westminster Center Hall e roubou a Taça Jules Rimet, que promovia uma exposição de selos raros dos 16 países que estavam a 113 dias do Mundial que a Inglaterra ganhara o direito de promovê-la durante o Congresso da Fifa, em 1969, em Roma.
Para devolvê-la, o ladrão exigiu 15 mil libras. No entanto, três dias depois ele caiu nas nãos da Scotland Yard, embora se recusando a revelar onde escondera a “mulher alada”. E, como os policiais procuraram em vão, coube ao cãozinho Pickles (foto), farejando arbustos, pelo sul de Londres, encontrá-la, enrolada em jornais. Aí, quem se deu bem foi o seu proprietário, David Corbett, que levou uma recompensa de 3 mil libras, valor três vezes superior ao prêmio dos campeões mundiais. Sem falar que ele ainda tornou-se convidado de honra para o jogo de abertura da Copa. Aliás, cachorros e Inglaterra sempre se cruzaram em Copas do Mundo. Em 1962, no jogo dela contra o Brasil, em Vinh del Mar, um totozinho preto invadiu o gramado e aprontou. Depois de driblar Garrincha, o cão só foi capturado quando Jimmy Greaves ajoelhou-se à sua frente e os dois ficaram olhos nos olhos, se namorando. Num bote rápido, o atacante fez o que Mané Garrincha não conseguira, único pecado do “Demônio das Pernas Tortas” naquela partida.
Enfim, passado o susto, a comoção mundial e as desconfianças de que o sumiço da taça fora um golpe de marketing, a bola rolou e os árbitros, na dúvida, não deixaram de da uma “mãozinha” oara os anfitriões, que receberam 71 inscrições para o seu Mundial, se bem que 17 africanos tiraram o time de campo, antes das Eliminatórias, por não aceitarem jogar contra seleções da Ásia e da Oceania.
ROLOU A FESTA - Os ingleses começaram a caça à taça em 11 de julho de 1966, no já demolido estádio de Wembley, empatando, por 0 x 0 Uruguai abriu. Depois, mandaram o mesmo placar de 2 x 0 pra cima de mexicanos e franceses, e foram continuar a onda nas quartas de final, com 1 x 0 sobre os argentinos que tiveram um atleta, Rattin, expulso de campo, pelo árbitro alemão Rudolf Kreitlein.
Vieram as semifinais, e a Inglaterra, com uma belíssima exibição de Bobby Charlton, eliminou Portugal, que vinha sendo uma das grandes sensações daquele Mundial: 2 x 1 e o passaporte para a decisão, contra os alemães, que, comandados por Beckenbauer, haviam tirado a então União Soviética, também, por 2 x 1.
Os ingleses jogaram, sempre, em Londres. Na sua capital, em 30 de julho, eles precisaram disputar uma prorrogação para ficarem com a taça. De início, um susto: o alemão Haller abriu o placar, aos 12 minutos. Mas Geoffrei Hurst colocou a casa em ordem, aos 18, para Martin Peter desempatar, aos 33 da etapa final. A turma já comemorava, quando Webber, aos 45 minutos, na última bola do jogo, deixou tudo nos 2 x 2.
Veio a prorrogação e, aí, não teve pra ninguém. Os ingleses carregaram a taça, com dois gols de Hurst. Aos 11 minutos, ele apanhou um rebote, pegou de primeira, a bola bateu na parte interna do travessão e, até hoje, se caiu dentro, ou não, é uma tremenda discussão. Para o árbitro, foi gol. Depois, aos 15 minutos do segundo tempo, Hurst fechou o placar em 4 x 2. Uns 40 nos depois, ele disse que a bola não havia entrado. Embora Geoffrey Hurst tenha marcado três gols na final, o “cara” daquela conquista foi Bobby Charlton. Jogou demais, foi o melhor da Copa. Mereceu caregar a taça (foto).

FICHA TÉCNICA
Local: Wembley
Gols: Haller, aos 12, e Hurst, aos 18 min do 1º tempo; Martin Peters, aos 33 e Weber, os 45 min do 2º tempo; Hurts, aos 11 do 1º e aos 15 min do 2º tempo da prorrogação.
Público: 100 mil presentes.
Árbitro: Gottfried Dienstg (SUI)
INGLATERRA: Banks; Cohen, Jack Charlton, Bobby Moore e Wilson; Nobby Stiles e Bobby Charlton; Alan kBall, Hurst, Roger Hunt e Peters. Técnico: Alf Ramsey. ALEMANHA: Tillkowsky; Hottges, Schulz, Weber e Schinellinger; Beckenbauer, Halller e Overath; Seeler, Held e Emmerich. Técnico: Helmut Schoen.
O CARA
Nome: Robert Charlton.
Nascimento: 11.10.1937.
Local: Ashington
Altura: 1,67m.
Títulos: Nacional de 1956/57/65/67; Copa da Inglaterra de 1963; Copa dos Campeões da Europa de 1968 e Copa do Mundo de 1966.
Jogou por: Preston North End e Manchester United.

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