terça-feira, 3 de maio de 2011

MESTRE ALCIR FECHU O GOL DO OLARIA

Antigamente, no futebol brasileiro, goleiro não ficava rico, porque não fazia gols, e nem tinha perspectivas de sucesso em outra profissão, porque não estudava. No máximo, seria um futuro ‘pobre famoso”. Só um representante da categoria fugiu à regra: Alcir Braga Sanches (foto). Ele defendeu o Olaria, estudou, chegou a diretor de faculdade federal e tem curso de mestrado por uma das inistituições mais badaladas do ensino superior brasileiro.
Quando não está trabalhando, a indumentária predileta de Alcir, como um autêntico carioca, é bermuda e a camisa do Olaria, para passear. No momento, ele anda na bronca com as TVs, que “não passam os jogos do líder do Grupo B da Taça Rio”, como destaca. No entanto, espera ver os alvuiazuis na telinha, brevemente, pois considera altíssima a chance de seu time disputar esta fase da competição.
“O Olaria está surpreendente, e sem a injeção de petróleo que chega aos times da Bacia de Campos”, imagina ele, que promete engrossar a torcida olariense, durante as semifnais da Taça RJ. Mas não se impressiona. “No meu tempo, Olaria, Bonsucesso, Portuguesa, Madureira, Campo Grande e São Cristóvão sabiam que não eram páreo para Botafogo, Flamengo, Fluminese Vasco, Bangu e América. O Olaria está lá em cima, hoje, devido a queda de nível técnico dos grandes”, não se engana.
Professor da Universidade de Brasília, Alcir chegou ao ponto máximo de sua carreira, como diretor da Faculdade de Educação Física, eleito para dois mandatos, 1979 a 1981. A profissão começou a surgir em sua vida quando as contusões lhe fizeram perder a vaga de titualr do Olaria, para Ubirajara Alcântara, que se consagrou no Flamengo. Em 1965, ele havia sido eleito o melhor goleiro do Campeonato Carioca Juvenil e foi o titular da seleção carioca campeã juvenil brasileira.
“Deixei o Olaria e fui reprovado em um teste físico fortíssimo, coisa para atleta olímpico, no vestibular da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em 69, fui aprovado na Escola Superior de Educação Físíca de Goiás, onde um dos meus professores era o Tomazinho, o técnico do time do Goiás. Terminei goleiro dele, até 1974. Mas, como eu priorizava os estaudos, fui mais reserva do que titular”, conta ele que, das vezes em que vestiu a camisa 1 goiana, se lembra de uma grande atuação em um amistoso contra o Alianza, que era a base da seleção peruana.
Quando Alcir formou-se, a UnB abrira concurso público para professor. Ele estava no grupo inscrito pelo Goiás, para a primeira participação do clube no Campeoanto Brasileiro, mas preferiu deixar de ser goleiro, para tornar-se professor universitário, de futebol e de handebol. Mais tarde, cursou um mestrado, na USP (Universidade de São Paulo), em desenvolvimento motor. Mas ainda ensina futebol, indistintamente, para homens e mulheres.
A CARREIRA – Alcir chegu ao Olaria, em 1964, com 14 anos de idade. Jogou pelos infantis e os juvenis e, de repente, aos 17 anos, viu-se dentro do Maracanã, encarando os “matadores” cariocas, Jairzinho e Roberto Miranda (Botafogo), Amoroso (Flu), Paulo Borges (Bangu), Célio (Vasco), Silva (Fla) e Edu (América). Tudo porque o treinador Daniel Pinto perdera a paciência com Jurandir e Jaéder, as suas opções para a camisa 1. Então, o time-base do Olaria-1966 passou a ser: Alcir; Hélcio, Flodoalvo, Osmani e Nilton dos Santos; Ocimar e Helinho; Joãozinho, Uriel, Atoninho e Naldo.
“Por aquela época, o goleiro mais famoso do futebol carioca era o Manga, do Botafogo. Eu estreei num jogo noturno, 0 x 0, com o Bonsucesso, na Rua Teixeria de Castro, onde ficava o campo deles. Joguei todo o segundo turno como titular, nos classificamos entre os oito que disputariam o segundo turno e terminamos a temporada em sétimo lugar ”, lembra Alcir, com uma revelação: “Em 1969, o Olaria veio enfrentar a
Seleção Brasiliense, e vencemos, por 3 x 1”
Em seu primeiro contrato cm o Olaria, Alcir recebeu Cr$ 1 milhão de cruzeiros, de luvas, e Cr$ 250 mil cruzeios mensais. Parecem números fantásticos, mas a inflação do período os reduzia a pouca coisa. Dava só mesmo para e não pedir mais dinheiro aos pais, com quem morava. No Goiás, Alcir já ganhou o suficiente para se manter e comprar o seu primeiro carro. Se tivesse3 ficado pelo Olaria e não estudado, certamente, estaria pegando carona.

sábado, 9 de abril de 2011

A GUERRA DA UNIFICAÇÃO

De há muito, cartolas de Santos, Palmeiras, Cruzeiro, Botafogo, Fluminense e Bahia pressionam a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), para unificar os títulos das disputas nacionais que seu times ganharam. Segundo a TV Globo, embora a assesoria de imprensa da CBF não confirme, o pedido será atendido, pelos próximos dias.
Seguramente, se isso ocorrer, será um autêntico “presente de Natal” para os seis pretendentes, pois não se pode conceber que um time possa ser campeão nacional, dentro de um território de 8,5 milhões de quilômetros quadrados, jogando, apenas, quatro partidas, como ocorria nos tempos da Taça Brasil. Hoje, para carregar taças e faixas, o Campeonato Brasileiro cobra dos pretendentes a disputa de 38 desgastantes partidas.
A Taça Brasil é considerada a primeira disputa nacional, se bem que houve uma antes dela, na década de 30, como veremos adiante. Apontava o representante brasileira à Taça Libertadores que, por sua vez, mencionava o time da América do Sul que enfrentaria o campeão europeu, para se ter um campeão mundal interclubes, com o aval da Fifa.
Nesse ponto, a história passa pelo Real Madrid. Muit bem! Como Don Santiago Bernabeu vivia vendendo empáfia e dizendo que não havia clube, neste planeta, capaz de vencer os seus rapazes, o congresso de 1958 da Confederação Sul-Americana de Futebol, realizado no Rio de Janeiro, criou a sua competição continental, para se ter um representante capaz de confeir se o time merengue era mesmo invencível. E, como os brasileiros não tinha um campeoanto nacional, criou-se a Taça Brasil, em 1959, que apontaria um representante à Libertadores. De quebra, a então Confederação Brasileria de Desportos, antecessora da CBF, já mandou um tremendo casuísmo no regulamento, para o título não sair do eixo Rio-São Paulo. Enquanto os clubes das demais regiões do País se quebrariam em ‘matas-matas” preliminares, os ‘grandes’ cariocas e paulistas, sempre campeões estaduais, só entrariam nas semifinais. Moleza, não! Só faltou combinarem com o Bahia, o primeiro campeão, com o título decidido já em 1960. Mas isso já é uma outra história e que inclui um grande golpe de malandragem, do cartolão baiano Osório Villas Boas, tão esperto quanto o Rei Dom João II, de Portugal, ao negciar o Tratado de Tordesilhas, em 1494, com a Espanha, que pagou o mico de saber quer Pedro Dalvares Cabral “descobrira” o Brasi, depois que Vicente Yañez Pinzon já havia estado por aqui.
VELHOS CAMPEÕES – Disputada entre 1959 a 1968, a Taça Brasil reunia os campeões estaduais. Além do Bahia, foi vencida por Palmeiras, em 1960/1967; Santos, de 1961 a 1965; Cruzeiro, em 1966, e Botafogo, em 1968. O Bahia foi o campeão que mais jogou durante uma mesma competição. Em 1959, eliminou o Centro Sportivo Alagoano, por 5 x 0 e 2 x 0; o Ceará, por 0 x 0, 2 x 2 e 2 x 1; o Sport Recife, por 3 x 2, 0 x 6 e 2 x 0; o Vasco da Gama, por 1 x 0, 1 x 2 e 1 x 0, e o Santos, por 3 x 2,
0 x 2 e 3 x 1.
A princípio, a disputa incluía só o campeão estadual, mas as edições de 1961, 1964, 1965 e 1966 tiveram dois times paulistas. Os mineiros, também, ganharam, mais um, em 1967. Em 1968, na última edição, São Paulo já não se interessava mais pela competição e nem apareceu. Vale ressaltar, que, em 1965 e em 1968, a CBD não indicourepresentante à Taça Libertadores. Da priemria vez, protentando contra a inclusão dos vice-campeões nacionais, e da da segunda, porque a Taça Brasil só foi terminare depois que a Libertadores de 1969 já tinha um campeão.
De sua parte, a segunda competição nacional, Torneio Roberto Gomes Pedrosa foi disputado entre e 1967 e 1969, com os dois primeiros vencidas pelo Palmeiras, e o outro, pelo Santos. Aproveitou-se o espírito do antigo Torneio Rio-São Paulo, criado na década de 30 e o expandiu-se para o chamado “Robertão”, com a maioria dos representantes sendo cariocas e paulistas, com a companhia dos mineiros Cruzeiro e Atlético, dos gaúchos Internacional e Grêmio, e do já extinto paranaense Ferroviário. Em 1968, entraram os nordestinos Bahia e Náutico, de Recife. E, como não poderia faltar fatos inusitados no futebol brasileiro, o Palmeiras tornou-se “bicampeão nacional”, no mesmo ano de 1967, vencendo a Taça Brasil e o Robertão.
Em 1970, o Roberto Gomes Pedrosa passou a ser chamado de Taça de Prata e foi vencida pelo Fluminense. Até que, em 1971, surgiu o atual Campeonato Brasileiro, que já foi chamado, pela imprensa, de Campeonato Nacional e Copa Brasil – Atlético-MG (1971), Palmeiras (72/73/93;94); Vasco da Gama (74/89/97/2000); Internacional (75/76/79); São Paulo (77/86/91/2006/07;08); Guarani de Campinas-SP (1978); Flamengo (80/82/83/87/92/2009); Bahia (1988); Grêmio-RS (1981/96); Corinthians (90/98/99/2005); Fluminense (1984/2010); Coritiba (1985); Atlético-PR (2001); Santos (2002/2004) e Cruzeiro (2003) foram os ganhadores do Brasileirão que, de 1971 a 2002, o Campeonato Brasileiro teve diferentes fórmulas de disputa, até que surgiram os pontos corridos, a partir de 2003.
O PRIMEIRÃO - Assim como os campeões da Taça Brasil e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa reivindicam a unificalção dos eus títulos, América-RJ, Paysandu-PA e Sport-PE, também, podem reivindicar os deles. O primeiro venceu o Toneio dos Campeões, em 1982; o segundo ganhou a Copa dos Campeões, em 2002 – disputa realizada entre 2000 e 2002, com a prmeira vencida pelo Palmeiras e a segunda, pelo Flamengo, reunindo vencedores do Torneio Rio-São Paulo, das Copas, Sul-Minas, Norte, e Centro-Oeste, e do Nordestão. Chegou a indicar o repreentante brasieliro à Taça Libertadores, o que hoje, sai, também, da Copa do Brasil, disputada desde 1989, um “mata-mata”, e teve o Sport-PE campeão, em 2009.
Mas o que já está esquecido é que o primeirio “campeão nacional” foi o Atlético-MG. No longínquo 1937, o Galo venceuo primeiro campeonato interestadual ralizado no País, promovido pela Federação Brasileria de Futebol, o que fez o clube mineiro se declarar, pelo seu hino oficial, “Campeão dos Campeões”, por ter mandado 3 x 2, na decisão, em São Paulo, contra a Portuguesa de Desportos – a disputa incluiu, ainda, o Fluminense,campeão carioca, e o Rio Branco, de Vitória-ES. Op campeão capixaba.

O ÚLTIMO GOL DE PLACA DO REI

Aconteceu numa noite de quarta-feria: 20 de março de 1974. Jogavam Ceub e Santos, pelo então chamado Campeonato Nacional – hoje, Brasileiro – e até quem tinha ingresso comprado teve de pular o muro do então Estádio Silveirão, para ver o "Rei Pelé" em campo. Intensa confusão diante dos potões de entrada, tremenda desorganização, pela colocação de apenas duas bilheterias. Enfim, portões foram arrombados, muros pulados e estádio lotado.
Antes do jogo, Pelé foi homenageado, pelos ceubenses. O lateral-esquedo Rildo, que fora seu colega no Santos e na Seleção Brasileira, entregou-lhe uma placa. Pouco depois,a bola rolou. O Ceub não fo páreo para o Peixe, que mandou 3 x 1, quando poderia mandar muito mais, graças à desarrumação tática do time da casa, que sentia muito a falta do meia Xisté, um dos seus astros.
No primeiro tempo, Santos e Ceub jogaram com muitos passes laterais, sem esquentar a torcida. Mas o "Rei" reinava, procurando o jogo, se deslocando, tentando abrir espaços para os companheiros. Com isso,o Emerson Braga e Luís Carlos se viravam na defesa ceubense, já que o meio-de-campo e o ataque ficavam devendo. O primeiro gol do jogo saiu de uma jogada inciaida pelo Rei. Pelé, que já havia feito umas três grandes jogadas, recebeu a bola, aproveitou-se de um cochilo do volante ceubense Alencar, livrou-se do xerifão Pedro Pradera e lançou Nenê. Livre, pela esquerda de seu ataque, este bateu forte, abriu o placar e ainda furou a rede: 1 x 0.
Aos 32, Pelé fez ojtra grande jogada, para delírio da torcida, mas não marcou. Aos 45, foi a vez do Ceub incomodar. Rogério Macedo chutou forte, o goleiro santista Wilson deu rebote, mas Juraci, da pequena área, chutou por cima das traves. E assim ficou o primeiro tempo.
Na etapa complementar, o jogo foi-se arrastando sem muitasa emoções, até que, aos 31 minutos, o lateral-direito "peixeairo" Hermes serviu Pelé, no seu cmapo. O Reei atravessou a linha divisória do gramado, com bola dominada, passou por Rildo e por Pedrão Pradera. Chegando na cara do goleiro Valdir, quase sem ângulo, Pelé mostrou porque era o !"Rei do Futebol": deu um toque na bola, com o pé esquerdo, mandando-a sobe o corpo caído do camisa um do Ceub,marcando o último gol de placa de sua carreira: 2 x 0.
Com torcida vibrando, pelo gol do camisa 10, e uma tranquila vantagem, o Santos passou a tocar a bola. Mas teve mais: aos 37 minutos, o meia Léo chutou, da intermediária, Valdir atrasou-se no pulo e o "garoto do placar escereveu": Santos 3 x 0. Como a fatura estava liquidada, aos 37 minutos, o zagueiro santista Oberdan cometeu um pênalti e Gilberto fechou a conta em 3 x 1.
FICHA TÉCNICA - Ceub: Valdir; Luis Carlos, Pedro Pradera, Emerson e Rildo; Alencar, Rogério Macedo (Gilberto) e Renê; Cardosinho, Juraci (Carlos Roberto) e Dario.Santos:Wilson; Hermes, Oberdan, Vicente e Turcão: Léo, Nenê (Brecha) e Nelsi; Mazinho, Pelé e Edu (Eusébio).Árbitro: Arnaldo César Coelho, auxiliado por Alaor Ribeiro e Carlos do Amaral.Público: 18.868 ingressos vendidos e, com os penetrras, o mínimo, 40 mil presentes. Renda:Cr$ 191.362,00